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terça-feira, 15 de novembro de 2005

CONTAS EM ANÁLISE

Já estão disponíveis, para os sócios que estejam interessados, na secretaria da AAC/OAF as contas do exercício económico de 1 de Julho de 2004 a 30 de Junho de 2005. A primeira coisa que os sócios pretenderão saber é, certamente, qual foi o Resultado Líquido do Exercício, se obtivemos lucro, ou, se pelo contrário, o prejuízo terá sido o resultado final. Assim, iremos fazer uma pequena análise das contas que irão ser discutidas e votadas pelos sócios na Assembleia Geral convocada para o próximo dia 21.

O Resultado Líquido do Exercício apresenta um valor negativo de 1.756.468,91 €. Se compararmos com o prejuízo registado no exercício anterior, 383.010,02 €, cujas contas respeitam apenas a seis meses de actividade, chega-se à conclusão que o prejuízo cresceu muito significativamente. Poderá parecer que este aumento dramático do prejuízo será catastrófico, no entanto, é necessário fazer uma análise mais profunda para que se possam tirar conclusões mais objectivas.
Para o prejuízo registado contribuíram decisivamente os Custos com o Pessoal. Neste exercício estão contabilizados 5.062.826,40 €, na rubrica referida, o que coloca esta rubrica com 65.89% do total dos Custos e Perdas. Também os Fornecimentos e Serviços Externos, que apresentam um valor de 1.012.817,51 € têm um peso significativo no total dos custos. Por outro lado, as Amortizações do Imobilizado também tiveram um aumento significativo: 210.413,90 € no exercício anterior (seis meses de actividade), em comparação com 813.676,26 € no exercício em análise. Este aumento é explicado, fundamentalmente, pelas contratações de Rafael Gaúcho, Dani, Danilo, Luciano, Lira e Marcel, cujas amortizações totalizam 402.000,00 €. Por outro lado, em termos dos proveitos e ganhos, registou-se um pequeno aumento, em termos absolutos, das Vendas e Prestações de Serviços, que no exercício anterior chegaram ao valor de 1.097.408,04 €, ao passo que neste exercício atingiram 1.199.249,83 €. No entanto, não podemos esquecer o facto de as contas do exercício anterior relatarem a actividade de apenas seis meses, pelo que, em termos relativos, assistiu-se a um forte decréscimo desta rubrica.
Em suma, tivemos muito menos receitas proveninetes das Vendas e das Prestações de Serviços, ao passo que os Custos com o Pessoal continuaram a ter um peso extremamente grande nas contas da Briosa. Basta ver que só os Custos com o Pessoal (5.062.826,40 €), praticamente "comem" o total dos Proveitos e Ganhos (5.988.600,95 €).

Até aqui analisou-se a Demonstração dos Resultados, mas também é muito importante a observação do Balanço para termos uma visão global das contas do clube. Através da análise do Balanço comprovamos que o total do Activo Líquido (Valor do Activo subtraído do valor das Amortizações e Provisões) é de 5.380.826,07 €, ao passo que o Passivo atinge o valor de 10.966.893,52 €. Aqui temos de fazer uma análise mais profunda, comparando os valores com os que se registavam no final do exercício anterior. No que concerne ao Activo, é óbvio que teve um aumento significativo em relação ao último exercício: 5.380.826,07 € em comparação com 3.297.319,09 €. Este factor ficou a dever-se, fundamentalmente, ao aumento das Imobilizações Incorpóreas, onde se incluem os direitos desportivos sobre jogadores, prémios de assinatura de contrato acrescidos dos respectivos encargos patronais e os montantes pagos aos intermediários pela celebração dos referidos contratos. Todas estas despesas se encontram registadas ao custo de aquisição. Portanto, podemos perceber que se fez um grande investimento na aquisição de jogadores que poderá ser rentabilizado se o seu valor aumentar e se forem alienados os direitos desportivos desses jogadores, antes de terminarem os seus contratos. Ainda na parte do Activo, podemos verificar que as Dívidas de Terceiros - Curto Prazo também têm um aumento muito significativo em relação ao exercício anterior: de 255.856,29 € para 1.440.795,72 €. No que toca ao Passivo, assiste-se a um aumento muito significativo em relação ao exercício anterior: de 7.142.218,14 € para 10.966.893,52 €. Para esta situação contribui de forma determinante o aumento substancial das Dívidas a Terceiros - Curto Prazo que se situam, no final do exercício, em 8.553.605,62 €, ao passo que no final do exercício anterior o valor desta rúbrica ascendia a 3.860.068,53 €. É importante realçar que esta rúbrica representa as obrigações da AAC/OAF de curto prazo, isto é, são obrigações que têm de ser cumpridas dentro do prazo de um ano. Este aumento explica-se porque as Dívidas a Instituições de Crédito, os Outros Empréstimos Obtidos e os Fornecedores de Imobilizado c/c tiveram incrementos substanciais nos seus saldos. Quanto ao Capital Próprio, apresenta um valor negativo de 5.586.067,45 €. Os Resultados Transitados, ou seja, os Resultados Líquidos de exercícios anteriores que foram sendo transferidos para o Capital, ficam com a parte de leão do saldo referido, ao apresentarem o valor de 5.458.699,60 €. A este valor vai ser acrescido, nas contas do próximo exercício, o Resultado Líquido do Exercício presente, ou seja, o valor negativo de 1.756.468,91 €.

Em resumo, podemos dizer que as contas deste exercício evidenciam um investimento bastante forte na aquisição de jogadores, o que fez com que o Activo tenha crescido e que, paralelamente, a AAC/OAF seja detentora de mais riqueza, consubstanciada nos direitos desportivos desses atletas. No entanto, esse mesmo investimento, uma vez que o clube não dispunha de capitais próprios para o realizar, foi feito às custas de capitais alheios, o que fez com que o Passivo tenha aumentado muito significativamente devido aos empréstimos que foram contraídos. Por outro lado, o investimento forte em novos atletas também fez aumentar os Custos com o Pessoal, o que, aliado ao facto dos Proveitos não terem crescido, fez com que se tenha terminado o exercício com um prejuízo significativo. Parece óbvio que é essencial um aumento muito forte nos Proveitos, uma vez que para se conseguir ter uma equipa competitiva no universo do futebol profissional, não será muito viável diminuir de forma significativa os Custos com o Pessoal. Por outro lado, também parece inevitável a venda, com realização de mais-valias, de um elemento de referência do plantel, por forma a que se consigam cumprir as obrigações de curto-prazo, nomeadamente com as instituições de crédito.

Para terminar, é muito importante termos em consideração que não foram contabilizados 724.374,83 €, acrescidos dos respectivos juros de mora, derivados de uma notificação das Finanças para pagamento de IRC dos exercícios de 1991 a 1996, uma vez que a AAC/OAF impugnou essa notificação; e que se encontram pendentes, em recurso no Tribunal Central Administrativo do Norte, decisões de aplicações de coimas relativasa IVA num total de 42.806,84 €. Estes dois valores podem alterar significativamente, e para pior, as contas do exercício.

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